quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Eu achava que o medo pertencia aos outros. Às pessoas fracas, que se escondem por trás de um escudo criado por seus anseios. Sou fraca. E terei que aprender a conviver com o medo da insegurança, do imprevisível. No fundo eu já sabia. Era só questão de tempo até acontecer...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

...

Quem irá salvar-te de ti mesma, pequenina?

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Rotineiramente

Era noite. Estava frio. O vento daquela janela aberta fazia meu nariz secar e incomodar. Voltando para casa, a visão do nada ao horizonte e aquele clube iluminado lá na frente. Carro amarelo, contador desligado por um acordo de quarenta reais e umas bobagens saindo da boca de gente bêbada. Chegando no meu destino, ou quase lá, já que a continuação da rota me obriga a parar do outro lado da avenida.
Saí do carro. Olho para um lado, olho para o outro (é claro, madrugada de Rio de Janeiro não se pode atravessar a rua sem ter certeza de que um carro não vem na contramão). Tranquilo, posso ir. Piso na rua, mas algo me impede. Ora, quem diria, chegastes ao mesmo tempo que eu! Dou um sorrisinho e vou seguir meu caminho, mas vens na minha direção. Legal, pelo menos isso você se dá o trabalho de fazer.

- Oi.
- Oi.
- Tá frio né?
- Pois é. Acho que vou ficar doente.
- Que pena...
- É...
- Bem, vou indo.
- Também.
- Tchau.
- Tchau.

Piso na rua novamente, porém sua voz me impede e me faz virar. Está olhando para mim, e viro a cabeça para o lado em questionamento. Andas até mim, e olha-me nos olhos. Esses olhos traiçoeiros, egoístas, confusos, penetrantes. Não quero vê-los, pois agora tenho nojo de sua cor. Mas você continua olhando-me, sem nem piscar. Finalmente as palavras saem da sua boca:

- Desculpa. Desculpa por fingir, por confundir, por fazer sofrer. Desculpa por ser tão idiota. Com você e comigo. Desculpa por todo esse tempo omitir e te fazer sofrer a esse ponto. Desculpa. A verdade é que... Sinto o mesmo por você.

Como assim? Você bebeu? Fumou? Não, estás normal. Então é verdade.
Finalmente! O que queria ouvir durante tanto tempo! Mas... Estranho... Não soa como imaginei. Não parece mais recíproco. Penso no que pode estar acontecendo e finalmente concluo: de fato, não é recíproco. Pelo menos não mais.

- Sinto muito. Demorou demais.

Viro-me, e piso na rua pela terceira vez. Nada me impede novamente. Sigo meu caminho pela avenida e deixo-te do outro lado. O lado onde minha dor está parada contigo e não mais sairá daí. O lado onde meu coração deu seu remendo final, minha alma desapertou e minha cabeça clareou.
Do lado de cá, a dor deu lugar ao alívio, o coração voltou a bater normalmente e a cabeça... a cabeça simplesmente voltou a formar imagens sem você.
Bem de longe, me viro. Você não pode me ver. Mas vejo que ainda está do outro lado, com a cabeça confusa e os olhos abertos. "Pensei que a tinha."
Oh darling, understand that everything ends.

Vou para casa, deito na minha cama e fecho os olhos... Boa noite.
O despertador toca, eu acordo. Que estranho, hoje é quinta-feira. Não era sábado?
Cadê a roupa que deixei em cima da cadeira? E os sapatos do lado do armário? E porque meu uniforme escolar está separado, junto com a mochila e o o bloco A3?
Calma. Pensa. Você não está maluca.
Ao pensar no que aconteceu noite passada, percebes que seu coração ainda está apertado e sua cabeça ainda formula imagens proibidas.
Foi um sonho. Um sonho!
Levanto, vou ao banheiro, lavo o rosto, me arrumo e pego a chave de casa.
Ao pisar fora da porta, volto para meus dias nublados, doloridos e sonhadores. Voltao não, pois nunca saí.
E assim segue mais um dos incontáveis dias em que tudo que desejo é ter-te ou superar-te. E tudo que alcanço é a dor rotineira...

sábado, 26 de setembro de 2009

Outros sonhos...

Em um dia cinzento me peguei pensando sobre o que sei e sobre o que quero fazer. Não demorou até que eu começar a sentir a frustração de não ter adivinhado o meu talento, meu dom. Já tentei muito, e nada veio até mim como se fosse ficar. Tá bom, já veio. Mas fui burra o bastante para deixar passar. Meus sonhos e esperanças, minha perda de tempo e depois o arrependimento e frustração. Tudo que podia ser e não fui.
Cada dia que nasce é acompanhado de forças para correr atrás dos sonhos. Alguns simplesmentem deixam essa força presa ao travesseiro e vão viver mais um dia miserável, com uma rotina contínua e presos ao conformismo. Sou metade disso. Acordo com as forças, carrego-as comigo, mas não acho a hora correta de aplicá-las. As oportunidades que perdi em consequência disso são absurdas. Como posso ser tão estúpida ao ponto de simplesmente aceitar que nunca serei bailarina ou pianista, que nunca mudarei o mundo e que nem sequer visitarei o lugar dos meus sonhos? Aceitar que a pessoa que quero não me ama, que o vestido daquela vitrine não sera meu e que o vocalista daquela banda nunca cantará olhando em meus olhos. Sonhar todos os dias com a cena perfeita e a trilha sonora digna de Oscar, para quando amanhece tudo virar apenas lembranças e pensamentos sem valor ou sentindo. Admitamos: a maior tristeza que se pode ter na vida é ver seus sonhos desmoronarem.
Que atire a primeira pedra quem nunca chorou de frustração! Mas antes, atire quem nunca, após o choro, recuperou suas forças e decidiu lutar novamente. Quem renasceu, repensou, resonhou. Sonhos não somem simplesmente, como a chuva de verão. Eles vêm, e quando são verdadeiros colam e demoram uma vida inteira para deixar-nos (isso se resolverem fazê-lo). Desistir é tentador, mas difícil de realizar. Quem desiste carrega para o resto da vida a culpa de assassinar um sonho. Sonhos são como seres vivos, que a cada dia mudam e, ao mesmo tempo, permanecem iguais.
Mas, apesar disso, sonhos devem ser tratados como sonhos, e não como pessoas. São seres que crescem sozinhos, não precisam de ordens para tomar o poder de modificarem-se, crescerem ou morrerem. Têm liberdade para serem. Por isso se tornam cada vez mais escassos: hoje em dia, é raro ser e continuar assim...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

"Só quando morremos sabemos finalmente que realmente nos ama."

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"Depois de um tempo você aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára, para que você junte seus cacos."
Shakespeare

domingo, 2 de agosto de 2009

Esquecer

Esquecer... Como se fosse fácil. Apagar uma memória, um sentimento, um amor, uma decepção... O drama que fazemos em nossa cabeça, mesmo que não exposto, sempre causa uma dor maior do que necessária, e às vezes nosso coração não aguenta tudo... É nesse instante, o momento em que nossos corações despencam, que começamos a ver as coisas como realmente são. Só depois de sofrer é que passamos a aceitar os fatos e deixar para lá. Mas esquecer nunca. Tudo fica gravado eternamente, como cicatrizes em nossas almas. Os cheiros, as palavras, o ar, as roupas, o calor e o frio, a noite e o dia, os sentimentos, os gostos... Tudo será levado até o fim de nossas vidas.
Nossas almas são feitas de cicatrizes e remendos. Porém nada é ruim. Esses cortes que fazemos não atingem nossas almas, nunca. Eles abrem a casca que há em volta dela, para finalmente expor a realidade que há dentro de nós. A parte que nunca será mudada, rude e sem floreios para sempre. O que realmente somos.
Podemos curar qualquer ferida, não importa o quão funda ela seja. E muitas das minhas ainda estão abertas, alguma ficando até cada vez mais profundas. Eu espero. Tenho paciência, aguento a dor e, depois de um tempo, vejo o resultado final. Curadas... Mas nunca esquecidas.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

3:30 AM.

São 3:30 da manhã e eu resolvi postar sobre uma coisa que eu ando fazendo muito esses dias e acho maravilhoso: conhecer novas pessoas ou conhecer MAIS as pessoas.
Não é delicioso? Aquela sensação de descobrir a mente alheia, ver coisas em comum e aversas, conversar sobre um assunto após o outro... Muitas das minhas amizades começaram de papos que foram se transformando em conversas e depois em confissões, gargalhadas... Amizade.
A mente foi algo que sempre me intrigou, por isso acho que sinto tanto prazer em explorar a cabeça das pessoas. É fascinante! Ouvir as experiências dos outros, contar as suas... Mas principalmente ouvir. Se você for fundo vai perceber o quanto aprende apenas com as histórias dos outros.
Nunca tive a cara de pau, mas se tivesse viraria para uma pessoa e falaria: "Agora eu vou explorar sua mente", e ia fazer milhões de perguntas. Cor preferida, comida preferida, maior felicidade, pior medo... E, principalmente, perguntaria sobre os sonhos. Ah, os sonhos! Dizem muito mais sobre as pessoas do que pensamos... Eu sou praticamente feita de sonhos e frustrações, e acredito que não seja a única. Saber o que os outros desejam, temem, fogem e acreditam é o melhor jeito de encontrar o fundo das pessoas.
Se alguém quiser se canditadar a fazer o interrogatório comigo, esteja a vontade! :)

"OS DEGRAUS
Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo..."

Mário Quintana

Meu favorito! Freud e Quintana se uniram e criaram essa maravilha... Freud fala sobre nossa mente como uma casa: sótão e porão representam inconsciente e subconsciente. Decifre e deguste. Quando conseguir, verá a verdade que foi expressa.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Obra

A obra de três andares abaixo não me deixa escrever.
Até mais tarde.