quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tão belo quanto a morte

Essa miséria que me consome, com os olhos ainda molhados da dor que me transborda e se derrama pelo chão. Esse quarto que me engole, as paredes a cada segundo menores e o ar cada vez mais pesado. O buraco aberto no meu peito queima, queima e arde. Queima como sal na ferida, transporta minha mente ao breu e meu corpo ao chão. Aperta, torce, contorce, morre. Morre a alma que pensava ser possível a vida, os lábios que uma vez pertenceram ao lugar certo, as pernas que achavam que podiam voar. Morre a essência de continuar, não pelo medo, mas pela verdade. Morre uma das melhores atrizes que já existiram: aquela que podia sorrir até mesmo quando seu coração explodia dentro de si, sua mente apertava e tudo que ela queria era correr para lugar nenhum. De lá, quem sabe, ela voltaria (quase) curada. E agora não é questão de querer. Porque querer não é poder. Não querer é poder. Não é culpa dela. Nunca vai ser. Por isso machuca tanto.

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